INTERTEXTUALIDADE
Comentário sobre
o artigo homônimo de Maria Christina de Motta Maia,
por Maria Nunes,
aluna do Curso de Letras da FSLF.
Ao “diálogo” que se
dá, entre textos, dá-se o nome de intertextualidade. Em seu artigo
“Intertextualidade”, Maria Christina de Motta Maia destaca que o emprego
desse recurso comunicativo está ligado ao “conhecimento de mundo”, que deve ser
compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de qualquer texto. O
uso eficaz desse mecanismo implica, portanto, um universo cultural amplo e
complexo. Assim, uma leitura competente de um enunciado complexo exigirá, por
parte do seu interlocutor, a identificação ou reconhecimento de possíveis remissões
a outras obras ou textos, bem como a capacidade de interpretar a função da
citação ou alusão observada.
Entre os tipos de referências textuais possíveis, há provérbios,
ditos populares, frases bíblicas ou obras cujo reconhecimento é facilmente perceptível
aos interlocutores em geral.
Há, no entanto, certas citações e alusões muito sutis que só
são compartilhadas por poucas pessoas. É o caso de referências utilizadas em
textos científicos ou jornalísticos e em obras literárias percebidas apenas por
um leitor/interlocutor bem informado.
A autora do texto em questão identifica alguns tipos de
intertextualidade, entre os quais ela destaca:
- a que se liga ao conteúdo, que pode ser explícita, na forma
de citações inseridas entre aspas, ou implícitas, como ocorre nas paráfrases e
paródias por exemplo;
-a que se associa ao caráter formal, como as que “imitam” a
linguagem bíblica, jurídica, etc;
- a que remete a tipos textuais ligados a modelos e
estruturas linguísticas determinadas, tais como as tipologias ligadas a estilos
de época.
Segundo a autora, a intertextualidade possui funções
discursivas distintas, dependendo dos textos/contextos em que essas referências
estão inseridas. Em geral, o autor do texto elege o que é pertinente e
condizente com a temática. Existem algumas, todavia, que estão ali apenas para
mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ou para servirem de “decoração” no
texto. Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um verso que ocorreu a
ele repentinamente.
Em todos os casos, do ponto de vista da interlocução, o
importante é que não se encare a intertextualidade apenas com o sentido de “identificação”
da fonte, e, sim, que se procure estudá-la como uma forma de enriquecer a
leitura e a prática da produção de textos. Sobretudo, é fundamental que se
tente mostrar a função da sua presença na construção e no(s) sentido(s) dos
textos.
excelente artigo,li e gostei pois me ajudou muito na minha reflexão e meu estudo de língua portugues, espero que outros artigos sejam publicados com o mesmo nivel e com a mesma qualidade.
ResponderExcluiratt.memorial